Manifesto

SIM, NÓS RESISTIREMOS:

1 – A CORRUPÇÃO
2 – A VIOLÊNCIA
3 – A DISCRIMINAÇÃO
4 – A MANIPULAÇÃO
5 – A CASTA
6 – OS BANDOS
7 – O ÓDIO
8 – O MEDO
9 – A INAÇÃO

Nas últimas manifestações no Brasil, principalmente na do dia 15 de março em São Paulo, sentimos se intensificou uma campanha de ódio e de incitação à violência, sobretudo dos setores que estão pedindo por uma intervenção militar para tirar a Dilma da presidência.
Nós repudiamos à violência e à discriminação destes setores golpistas, e nos posicionamos a favor do diálogo e da paz, atuando de forma Não-Violenta. 
Rejeitamos a tentativa de golpe, mas também rejeitamos a corrupção, os desvios na Petrobras, a alta da inflação e dos combustíveis, a falta de ética na política, a violência urbana, o baixo desenvolvimento econômico e a falta de serviços públicos de qualidade, entre outros temas que seriam excessivos para este manifesto.
 Denunciamos que a casta política se distanciou do povo e criou um imenso abismo, isso tanto em partidos de esquerda como em partidos de direita, por não ouvirem e por não abrirem mecanismos de consulta, a casta deixou de ouvir as pessoas para ouvir as pesquisas de opinião e os programas de TV.

Resistiremos contra a Corrupção 

Podemos combater a corrupção em todas as esferas privadas e públicas: municipal, estadual e federal. Toda corrupção deve ser denunciada, investigada, julgada e punida. E mais do que somente leis punitivas, precisamos de leis preventivas que "vacinem" previamente os candidatos contra a corrupção antes mesmo do pleito.
Medidas simples como reduzir os salários dos cargos políticos igualando aos dos professores públicos, ficha limpa, não permitir que um cidadão tenha cargo público por mais de dois mandatos, e outros dispositivos que impeçam a formação de candidatos profissionais distantes do povo.
Cobrar julgamentos mais rápidos para corruptos que brincam com o dinheiro público em todas as esferas públicas e privadas, com mecanismos de maior transparência, fiscalização e participação popular.

Resistiremos contra a Violência 

Entendemos que uma ditadura não diminuiria a corrupção, quem conhece a história sabe que na ditadura também houve muita corrupção e ela nunca foi investigada. Sabemos que qualquer forma de DEMOCRACIA é melhor que todas as ditaduras.
Nos opomos totalmente contra todo tipo de intervenção militar nacional e internacional no Brasil, e devemos ficar alertas ao momento delicado que estamos vivendo hoje, pois os ânimos estão muito inflamados e acirrados em todos os lados.
Somos adeptos da não-violência ativa como forma de solucionar conflitos pessoais, interpessoais e sociais.

Resistiremos contra a Discriminação 

Resistiremos à onda de preconceitos e intolerância dentro todos os bandos (esquerda, direita, religiosos, militares, mídia e grupos multinacionais). Isto é importante para reestabelecer o diálogo e evitar um embate de todos contra todos.
Não tomamos parte de bandos. A casta política está dividida e brigando internamente, os demais bandos estão se aproveitando deste cenário para avançar. Todos estão desconfiados de todos e neste clima de desconfiança o preconceito tende a aumentar e se multiplicar exponencialmente.
Rechaçamos todo tipo de ataques diretos ou indiretos, ainda que disfarçados. Alguns atacam a classe média, outros atacam a classe política, outros atacam os Grupos LGBT, outros atacam os Setores Religiosos, neste maremoto de intolerância urge esfriar os ânimos e reestabelecer pontes de contato e diálogo.
Rejeitamos esta falsa polarização entre direitas x esquerdas, existem diversos abismos e incomunicação em múltiplos níveis. Mesmo dentro de cada um dos bandos temos as novas gerações pressionando por mudanças de uma forma bastante agressiva e impulsiva, entre outros motivos porque têm se deparado constantemente com repressão policial, manipulações e mentiras. 

Resistiremos contra a Manipulação 

Denunciamos toda as mentiras e meias-verdades de todos os lados. Cada bando tem apresentado suas saídas para a crise atual, na sua maioria são falsas saídas, porque querem soluções mágicas e instantâneas. Estão aproveitando para manipular e manobra a opinião pública, escondendo suas reais e mesquinhas intenções.
Não vamos nos enganar, não se trata somente de questões nacionais, nem somente do PT x PSDB, o que está em jogo vai muito além do que ambos estão nos dizendo.
Rechaçamos os recortes de direitos trabalhistas, a repressão policial, as mentiras, a corrupção e os desvios que estão acontecendo tanto no governo federal como nos governos estaduais.
Porque grupos nacionalistas vestem a camisa do brasil ao mesmo tempo que seguram faixas em inglês? Isso é uma confusão ou uma armação perigosa que denunciamos, temos a impressão que por trás desse pedido por "impeachment" e intervenção militar, na verdade se esconde a disputa para ver quem vai colocar as mãos nas reservas de petróleo do Pre-sal.
O plano de derrubar rapidamente o governo federal por causa da corrupção, esconde o fato da pressa de alguns setores em barrar o quanto antes este novo banco internacional dos BRICS que desestabiliza a lógica de domínio dos setores financeiros mundiais por cima dos demais setores da sociedade.

Resistiremos contra a Casta 

Nos preocupamos com a população e não com a casta e os bandos que estão disputando. E infelizmente o Brasil não votou por esperança nem por mudanças, mas si votou pela conservação da situação e temor a retrocessos. O Governo atual ganhou de raspão, quase metade dos votos foram para a oposição e praticamente um terço dos eleitores não participou.
Houve um aumento do número de militares que compõe a ‘bancada da bala’, de fanáticos religiosos e da bancada ruralista. Tiveram muitos votos.
Além disso, o número de parlamentares comprometidos com causas sociais caiu e a frente sindical foi reduzida pela metade.

Resistiremos contra os Bandos 

Não tomaremos partido de nenhum “bando” como se fossemos “torcedores de futebol”, mas sim colocaremos os pontos que estamos resistindo. Precisamos diferenciar entre os partidários e a população como um todo.
Evitaremos confrontos de ambos os lados, muitos estão ressentidos e fazendo campanha de ódio contra a outra parte, precisamos de atenção, bondade e suavidade, pois recentemente muitos votaram no Aécio (sobretudo no sudeste) com esperança de ver mudanças, e agora tiveram estas expectativas frustradas. Nem todos que votaram no PSDB são fascistas, estamos falando de milhões de pessoas do nosso povo que votaram no PSDB e não somente dos partidários em si, é preciso diferenciar uma coisa da outra.
Sabemos também que muitos votaram no PT por temor à retrocessos e o cenário da chamada “governabilidade” agora está bem mais árida que no mandato anterior.
Com cenário tão dividido não faltarão oportunistas internacionais mais a mídia golpista para se aproveitar do mal estar que a eleição gerou no povo.
Vamos exercitar a uma postura de “esfriar os ânimos”, colocar a cabeça em ordem e bater firme na tecla da democracia real e direta , na da não-violência e na da descentralização da mídia. O principal agora é agir.

Resistiremos contra a Desinformação 

Vamos esclarecer e conversar diretamente com cada um dos nossos amigos, familiares e conhecidos, pessoa a pessoa, para dar nossos pontos de vista.
Denunciamos as recentes de campanhas midiáticas de desinformação realizadas em diversos lugares como Ucrânia, Venezuela e Argentina. Somam-se a isso grupos atomizados com massivas campanhas de desinformação por internet.
Nos opomos abertamente a toda campanha de ódio e de incitação à violência, contrapondo as mentiras e boatos falsos com a verdade e com informações reais. Antes de espalhar verificaremos as fontes e gerar uma rede de informações seguras entre amigos, familiares e pessoas de bom coração que possamos confiar.
Estaremos perto das pessoas queridas, ouvindo e conversando mais. Vamos fortalecer a rede de comunicação direta, pessoa a pessoa, cara a cara. Nos reunindo pessoalmente para intercambiar e gerar ações.

Resistiremos contra o Ódio 

Pregaremos o amor e a paz no lugar do ódio e do ressentimento. Algumas manifestações se assemelham cada vez mais com partidos de futebol, levando a uma sensibilidade de “turbas irracionais”.
Nem só de pão vive o ser humano, nem tudo se explica pela economia. Muitos fenômenos se entende pela cultura e pelos sentimentos que vamos vivenciando coletivamente.
O sentimentos são altamente contagiosos, e não são acidentais, todo sentimento é intencional. Podemos intencionar coletivamente contagiar as pessoas com bons sentimentos mais leves e positivos de paz, harmonia e reconciliação.
Essa é a urgências do momento, mais do que argumentos precisamos de sentimentos luminosos que inspirem as pessoas para novos caminhos.

Resistiremos contra o Medo 

Além do ódio tem sido difundido um medo cada vez mais gritante, para modificar este sentimento precisamos agir, ajudar outros e criar redes.
Estão sendo criados dezenas de vídeos e posts na internet para criar terror e pânico, isso serve ao propósito de aumentar a confusão e a desinformação.
O medo funciona como um aforismo negativo que precisamos tirar carga, ou seja, devemos ser prudentes porém colocar atenção de verdade em tudo aquilo que for sagrado e estimado, nas ações, nas pessoas e nos projetos à futuro.

Resistiremos contra a Inação 

Vamos nos organizar com empenho para dar um sinal de não-violência e criar uma atmosfera de paz e reconciliação neste contexto alterado e frágil que estamos vivendo hoje.
Abrimos a participação para todos indivíduos, grupos, movimentos e entidades que queiram trabalhar de forma conjunta na busca por novas saídas e soluções reais e profundas para a crise que enfrentamos.
Criaremos mecanismos de comunicação simples e fortes o suficiente para competir com os veículos tradicionais de tv e internet. Deixaremos de repetir os slogans vazios dos meios de comunicação e introduziremos novos temas no cenário geral, gerando conteúdos polêmicos e debates chamativos que tragam pessoas para o campo da não-violência e da não-discriminação.
Somos coerentes com o que defendemos e tomamos decisões consultando a todos de forma descentralizada, participativa e relacionante.
Vamos atuar direto nos lugares onde vivemos, nossas casas, escolas, faculdades, lugares de trabalho para dar referência clara no meio imediato primeiro a nível pessoal e interpessoal. Caso a campanha cresça e tenha força, trabalharemos também a nível social e nacional.

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